Significado

O capítulo 1 do livro de Mateus, além de iniciar a narrativa do Novo Testamento, apresenta a genealogia de Jesus Cristo, estabelecendo suas raízes e legitimidade. Essa genealogia conecta Jesus a figuras importantes do Antigo Testamento, como Abraão e Davi, reforçando sua posição como o Messias prometido. O fato de mencionar quantas gerações existem entre as figuras-chave — catorze de Abraão a Davi, outras catorze de Davi até o exílio babilônico, e mais catorze desse exílio até Jesus — parece ter um propósito simbólico, utilizando números que possuem uma relevância significativa na cultura judaica, e mostrando que a linha de Jesus era cuidadosamente planejada e esperada.

Além de traçar suas credenciais, Mateus também destaca a singularidade do nascimento de Jesus, ressaltando que Maria ficou grávida pelo Espírito Santo, o que sublinha a divindade de Cristo. A reação de José, que inicialmente pensou em cancelar o casamento ao descobrir a gravidez de Maria, reflete o dilema humano frente a algo incompreensível. Contudo, com a intervenção divina através de um sonho, ele se torna uma figura de fé e obediência, aceitando Maria e seu papel especial na história da salvação.

A citação do profeta sobre a virgem que daria à luz um filho chamado Emanuel (que significa "Deus conosco") é uma ligação direta entre o passado profético e a realização presente. Essa conexão serve para mostrar que Jesus não é apenas uma figura histórica, mas o cumprimento de promessas antigas, afirmando a presença de Deus entre os humanos, o que é um dos temas centrais do cristianismo. A decisão de José de não consumar o casamento até o nascimento de Jesus também ressalta um respeito por essa santidade e a importância de proteger o mistério que envolvia a esperança de Israel.