Significado
1O primeiro capítulo do livro de Joel retrata um cenário de devastação causada por uma praga de gafanhotos, que simboliza um desastre natural com consequências trágicas para a agricultura e a economia da região. Joel convoca uma reflexão coletiva, pedindo aos anciãos e aos habitantes que considerem a gravidade da situação. O chamado à memória histórica sugere que a devastação é tão severa que não se tem registros de algo semelhante em gerações anteriores. A repetição do termo "gafanhoto" enfatiza a totalidade da destruição, ressaltando que não sobrou nada do que seria colhido; a terra já estava em ruínas.
A situação é tão crítica que Joel descreve a dor e desespero dos agricultores, que devem lamentar não apenas a perda das colheitas, mas também a morte da alegria e da esperança nas suas vidas e nas suas comunidades. O uso de metáforas, como a virgem em luto, intensifica o apelo emocional, sugerindo a profundidade do sofrimento. Além disso, o lamento se estende aos sacerdotes, que estão de luto pela ausência das ofertas no templo, simbolizando uma crise espiritual além da crise física.
Diante dessa calamidade, Joel convoca um jejum e uma assembléia sagrada, visando reunir a comunidade para clamar ao Senhor. O que poderia ser visto como apenas um desastre ecológico é transformado em um apelo à conversão e ao arrependimento; a destruição externa reflete uma necessidade de renovação interior. Ele fala do "dia do Senhor", que é um aviso da vinda de um juízo divino. Assim, o capítulo convida não apenas ao reconhecimento da crise, mas também a uma resposta coletiva que busca restauração e reconexão espiritual com Deus.